terça-feira, outubro 4

sobre o tempero de dendê

Às vezes me sinto perdida em meu próprio mundo. É tanta gente, é tanto nada que eu não sei onde estou. Quero ver a grama, e não pensar porque ela é verde. Quero sentir teu perfume sem imaginar quem já se sentiu apaixonado por teu cheiro de rosa nova. Quero ouvir o tom do teu violão, mas quero agudo, um som aberto. Chega de ciclos fechados, quero o fino que soa bem. Com um pouco de dendê também faz bem.

Que o tempo passe, mas regue essa vida com muito tempero. Venha trazendo gente nova, bebidas doces, conversas aconchegantes. Porque o que é velho não me satisfaz mais. Peço até que velhas pessoas mudem, se mudem pro lado de cá, se desvirem, se reinventem, que mudem sua colônia só pra ter um pouco de novidade, de sabor. Quero que apenas uma venha com cheiro de dendê, que envolva todo o quarteirão. E eu já senti. Quero mais anos verdes.