segunda-feira, setembro 1

sobre um pé de meias

E naquele instante - as letras escaparam entre meus dedos. A padronização é antiquada. É como se vivêssemos esperando um sinal, um alerta do outro para seguir adiante cada pisada no chão (ou na lama). Os amigos são importantes. Eles se refazem, se desfazem. Eu os encontro, sinto-os por vezes vazios, por vezes transbordando - visão esporádica. Conheço a cada encontro mínimos detalhes. Gosto da conversa, da cerveja e das lamentações, é importante se sentir útil. É nessa mesa que se descobre que vivemos sob meias verdades, calçamo-as como o tradicional e confortável par de havaianas, é mais fácil pisar no chão quando o calo não aperta, é mais fácil mostrar as unhas pintadas de café do que exibir aquele defeito entre os dedos. Sinto saudade do português, da literatura e da paixão - não de dogmas, eles nunca foram meus aliados. Às vezes nem sei quem sou, eu nunca soube. Querem me metamorfosear! 
Me deixar sem ar! 
Me enquadrar! 
Querem que eu sinta o que ele sente. Como ele sente. 
Eu tenho o meu modo de ligar. Garanto! - mas não acreditam:
Que baita sorte de quem eu telefonar. Não calço meias quando estou no telefone.