sexta-feira, julho 7

Sobre tagarelar e sorrir


Teu ar displicente invade meu espaço
E eu caio no laço exatamente do jeito
(...)

sexta-feira, fevereiro 24

Sobre como foi ser feliz de novo

Certo dia, em uma rotineira visita ao shopping vi o meu passado passar por mim. Tive medo. Sem querer o peito veio à boca. 


Lembrei-me do céu que me pertencia,
da rotina que se tornava mais leve com um simples encontro, 
das minhas cheganças - ah, essas nunca perdiam a graça. 


Em um lapso de timidez, não pude encarar, não tive coragem de fixar os olhos naquilo que entreguei de mãos beijadas ao mundo. Por não saber esperar, por não saber segurar a mão de quem estava com medo. Respirei fundo e criei coragem - eu não sabia o que ia fazer - mas desci as escadas correndo e me prostrei em frente ao enorme chafariz na entrada do shopping.


Descobri que não havia passado vivo,
só devaneios de uma mente que
não esquece grandes paixões.


Durante semanas alimentei grandes fantasmas, reacendi palavras, gestos e cuidados. Senti como era magnifico viver a essência e o puro das pessoas. Como o cotidiano pode ser doce e como pode ser selvagem dentro de um beijo que embaçava nossos óculos e uma barbinha que nos deixava arrepiada dos pés à cabeça. Como era gratificante chegar no fim do expediente, às 23h em pleno domingo e ouvir sem esperar, sobre a admiração por ser uma grande mulher que mata um leão por dia e tantos outros detalhes que nos desmontam. Essência, gentileza e carinho nos energizam. Por dias pensei no que dizer, em como dizer. Eu não sabia por onde começar. Lembrei-me do seu livro favorito no qual fui presenteada, o li novamente em uma tarde de sábado na praia, senti a felicidade tão viva dentro de mim. E quando finalmente decidi o dia, horário e transporte para entrar de cabeça no meu velho universo, eis que descubro o motivo do fim do nosso mundo.

O meu bem querer plantou uma semente
semente de vida,
semente de amor.


Essa semente será uma redoma que nos manterá distantes. Acreditei que o dia primeiro de janeiro de dois mil e dezessete seria o dia em que a felicidade bateria novamente em minha porta. O passado será sempre incendiado de bons momentos e a sensação vaga do que poderia ter sido. Afinal de contas, minha vida é isso - uma eterna lacuna a ser preenchida. E assim vou me montando, me encontrando e reajustando as velas do meu barco da vida. Na esperança de que um dia dê certo - do jeito que tem que ser. 

E dessa história fica o meu adeus.
A Deus...

Pode ser a eternidade má
Caminho em frente por sentir saudade.