terça-feira, novembro 12

Fiz pra ti

Não vamos nos assustar
Não vamos me assustar
Você me beija os lábios 
E eu te mordo a língua
E nada nunca é tudo 
E tudo sempre é nada
Eu te beijo com essas palavras
E esse beijo tem gosto de verbo
Que eu conjugo bem
Com a certeza de quem costura um peito aberto.

Órbita é a trajetória que um corpo percorre ao redor de outro, influenciado por alguma força. Tá escrito. Força estranha. Força que me fez estar agora nesse movimento de querer te dizer o que ainda não tem forma definida. E nessa estranheza não lhe deixo mistérios, você me entra e nenhuma porta trancada, nem semi-aberta, nem nada. É dessa maneira que enxergo - porque só eu te vejo assim – vou e vasculho, pelos seus olhos, esse seu mundo. Por detrás dessas paredes, íris e retina – desconheço a fisionomia dos olhos - uma parte caos e um inteiro acaso. Entre poeira e tinta eu ainda vejo o seu brilho. E como brilha e me traz arrepios.
Naturalmente, não sei onde quero chegar, pois te olhei e só tive a escolha de ir no impulso feito bicho me emaranhar nos seus cabelos, e  feito folha cair sobre seu colo e feito não sei nem por qual motivo, mas com certeza entre o caos e o acaso era para vir parar aqui... o natural seria que me instalasse da mesma forma. De qualquer maneira, em essência, existo e aguardo que me receba.