sexta-feira, dezembro 6

                                                                  Diariamente.

terça-feira, novembro 19

Deixa pra lá...

https://www.youtube.com/watch?v=dD6MedpQykI&feature=youtube_gdata_player

quarta-feira, novembro 13

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(Suspiros)

sobre chicordear.

"Se eu só lhe fizesse o bem
Talvez fosse um vício a mais"

terça-feira, novembro 5

sobre ser um Poema Drummondiano

Um site que encontrei por ai, enquanto navegava por tarde à dentro (fingindo que não tenho nada para fazer). Meu resultado foi esse:
E o link é esse: Sobre ser Poema Drummondiano
 
Você é o poema ''Sentimento do Mundo''
Você é revolucionário. Você é crítico, busca oportunidades de mudança. Inquieto, não tolera injustiças sociais. Guerras, mortes, armas, brigas. Tudo isso te assusta. Mas se entra em um embate ideológico, sai de perto!


SENTIMENTO DO MUNDO
Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo, 
mas estou cheio escravos, 
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige 
na confluência do amor.

Quando me levantar, o céu 
estará morto e saqueado, 
eu mesmo estarei morto, 
morto meu desejo, morto 
o pântano sem acordes.

Os camaradas não disseram 
que havia uma guerra 
e era necessário 
trazer fogo e alimento. 
Sinto-me disperso, 
anterior a fronteiras, 
humildemente vos peço 
que me perdoeis.

Quando os corpos passarem, 
eu ficarei sozinho 
desfiando a recordação 
do sineiro, da viúva e do microcopista 
que habitavam a barraca 
e não foram encontrados 
ao amanhecer

esse amanhecer 
mais noite que a noite.

segunda-feira, novembro 4

sobre hibiscus brancos

Era o fim do poço. Uma manhã azul. Sentia-me mal, vazia e sentada no banco amarelo em frente à piscina. Procrastinando. E meus olhos que nada captam, brilharam intensamente. Sorriu-me com ironia. Fitei. Desviou. Fixei. Passou a mão paulatinamente em seus cabelos. Saiu. Guardei no pensamento. Reparei no pé de Hibiscu amarelo que estava por trás de mim. Sorriu para mim. Liberou todo o seu pólen em mim, como se desejasse toda sorte do mundo. O sol e o céu também. Os dias seguiram. Não sei muito bem o que me aconteceu, estava ébria. Quando acordei não sabia onde estava. Mas sabia com quem estava. O samba me acompanhou em todas as noites estreladas que passaram. Dias de felicidade e noites de angustia.

Era o fim do mundo todo o fim de semana. Interrogações e medos me perseguiam como se quisessem roubar tudo que trago na bolsa. Desvairada eu corria e me escondia. Não sei qual o meu limite, nunca soube. O que me faz parar. Nada me pára. Eu não me paro. Caminho no sobressalto, movida a samba e batuque. Agora eu conto o tempo até a próxima primavera, para que mais pólen me envolva. Eu não podia dizer não, quando partiu para a próxima guerra eu só observei. Cozinhei, costurei, remendei. Me inspirei, tomei café, escrevi. Sonhei acordada, balancei na rede, pensei no essencial. Amei. Descobri o melhor lado. Mas não o escolhi. Segui a vida como era, como me disseram que tinha de ser. Ver a vida com outro aroma foi o real intuito de tudo que aconteceu. Hoje bebo coragem em goles grandes como nunca tomei. O hibiscu que era encarnado, está desbotado. Me despeço dessa estória. E a única coisa que fica, é o adeus.

quinta-feira, setembro 26

...

Todo ar, mar e quasar. Todo para mim. É como se fosse. Mas não é.

quarta-feira, setembro 18

sobre anáforas em uma mala

Caberia numa mala tudo o que essa moça diz? Fala pelos cotovelos. Com batom vermelho e mechas no cabelo que é para a rapazeada notar. E o homem vê. Esquina vazia e o vento faz o cabelo dela se embaralhar. Lanche, aquele café quente do banco das flores e, trabalha como qualquer um. Senta, escreve, levanta e sai. Gosta do samba, do calor que ele traz.Dos olhos também. Maria, ela é feminista! É dois pra cá e dois pra lá. Ela é uma e é outra, muda em cinco minutos, às vezes três. Há gente que dá conselho, ela obedece e segue em frente, mesmo dando passo pra trás.  Passo de salto, chinela e sapatilha. Que retomam sempre onde parou. Coisas inacabadas não a deixam caminhar. Vive se lastimando do que fez deixando de fazer. O dia chega ao fim e o seguinte inicia, no mesmo compasso. Travesseiro na estrela. Sonhando em ser bloco de carnaval, mas chora ao ver que vive e morre como qualquer um. Diz que não. Acredita em tudo que diz. 

segunda-feira, agosto 5


                     "Apenas te peço que respeite o meu louco querer."

sábado, junho 15

sobre o saber

Não se sabe de onde viemos, sabe-se do que somos feitos
Carne, osso, vísceras e poesia

Não se sabe para onde vamos, sabe-se o que fazemos
Enganamos, sorrimos, cuspimos e amamos.

terça-feira, maio 21

sobre um apontamento.

"E eu já não me sinto só
Tão só, tão só
Com o universo ao meu redor"


Felicidade (trans)borda em mim.

segunda-feira, abril 1

sobre canecas e chá

Tem chá pra tudo, tem você pra tudo.
Tem xícara, e tá transbordando.
Tem você na borda, guiando.
Tem meus passos, chamando.
Tem gente que dá gosto de ler.
Tem quem nasceu verso e prosa.
 Nasceu semente de felicidade.

 Você.

quinta-feira, março 14

sobre um frevo de concubina

Ói lá quem vem me fazendo calor
É o meu amor
Já vem chegando e vem pra me atiçar
Vem me tirando com a mão
Meu peito e o coração
E o que é que eu posso
É tudo nosso, deixa estar

[...]

terça-feira, março 5

sobre silabadas soltas


É tão incoerente pensar em um ser humano que, com o poder das palavras que vêm de fora, pode transformar a vida, mudar escolhas e ser mais (ou menos) feliz. Como se a gente fosse feito de sílabas, como se dependêssemos de cada junção dessas miúdas 

Ora formam algo aleatório, ora machucam. O poder do detalhe sempre é mais sólido que o poder da prosa mesclada.

terça-feira, fevereiro 26

sobre um acalanto

Dorme minha pequena
Não vale a pena despertar
Eu vou sair
Por aí afora
Atrás da aurora
Mais serena
[...]

quarta-feira, fevereiro 6

sobre um trem

Trem das cores (Veloso, Caetano)

E aquela num tom de azul
Quase inexistente, azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar

[...]

domingo, janeiro 13

Sobre surpresas.

E a vida segue. E eu, humana que sou, continuo me surpreendendo mais com os maus aspectos que os bons. Nunca deixo de me surpreender com a falta, enquanto é fácil com que a presença passe sem que eu a note.

E o fato maluco de que, se antes as pessoas estavam ali, em um lugar onde podiam ser encontradas, de repente não estão mais - não canso de me surpreender. E quando algo ruim acontece, é um grande baque compreender que enxugar as lágrimas, vestir o sorriso e uma roupa bonita  é o que resta de você.

Será mesmo?

É verdade que a vida parece injusta às vezes mas, e as injustiças que praticamos com ela?

Talvez seja questão de olhar e enxergar que sim, você não teve o abraço que queria quando aquilo que era tão ruim te aconteceu. Mas você teve outros dez abraços, senão mais.  Você teve passeio na praça, comida compartilhada. Você teve conversas que curaram parte das feridas, dessas conversas que te mostram que ainda existem coisas boas ali dentro, mesmo que você pareça esvaziado de si.

Mas aí vem a compreensão. Se não me surpreendo com todos esses que estendem a mão com delicadeza em minha direção é que o fato de com eles eu poder contar está consumado. É que com eles eu sempre pude, sempre vou. Não me surpreende porque, por mais que haja incertezas sobre as quais desmorono, existem as mãos que me puxam, debaixo do monte de sentimentos ruins. Como bombeiros que encontram vida nos escombros. Mãos que formam correntes imaginárias de afeto, de bom dia e de boa noite, de oração e de delicadeza. Correntes que ajudam os  passos a voltarem a ser firmes.