quarta-feira, setembro 18

sobre anáforas em uma mala

Caberia numa mala tudo o que essa moça diz? Fala pelos cotovelos. Com batom vermelho e mechas no cabelo que é para a rapazeada notar. E o homem vê. Esquina vazia e o vento faz o cabelo dela se embaralhar. Lanche, aquele café quente do banco das flores e, trabalha como qualquer um. Senta, escreve, levanta e sai. Gosta do samba, do calor que ele traz.Dos olhos também. Maria, ela é feminista! É dois pra cá e dois pra lá. Ela é uma e é outra, muda em cinco minutos, às vezes três. Há gente que dá conselho, ela obedece e segue em frente, mesmo dando passo pra trás.  Passo de salto, chinela e sapatilha. Que retomam sempre onde parou. Coisas inacabadas não a deixam caminhar. Vive se lastimando do que fez deixando de fazer. O dia chega ao fim e o seguinte inicia, no mesmo compasso. Travesseiro na estrela. Sonhando em ser bloco de carnaval, mas chora ao ver que vive e morre como qualquer um. Diz que não. Acredita em tudo que diz. 

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