sexta-feira, novembro 7

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Tanta preguiça, tanto choro, tanto drama
(...)

sábado, outubro 25

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O tempo que a falta do tempo traz
Tempo de olhar a esquina
Tempo de sentir a espuma
Tempo de estar a espreita
e de ser suspeita
Tempo de ser
Tempo de não fui
Tempo de não serei
Esse tempo é agora
O tempo em que não há mais tempo

segunda-feira, setembro 1

sobre um pé de meias

E naquele instante - as letras escaparam entre meus dedos. A padronização é antiquada. É como se vivêssemos esperando um sinal, um alerta do outro para seguir adiante cada pisada no chão (ou na lama). Os amigos são importantes. Eles se refazem, se desfazem. Eu os encontro, sinto-os por vezes vazios, por vezes transbordando - visão esporádica. Conheço a cada encontro mínimos detalhes. Gosto da conversa, da cerveja e das lamentações, é importante se sentir útil. É nessa mesa que se descobre que vivemos sob meias verdades, calçamo-as como o tradicional e confortável par de havaianas, é mais fácil pisar no chão quando o calo não aperta, é mais fácil mostrar as unhas pintadas de café do que exibir aquele defeito entre os dedos. Sinto saudade do português, da literatura e da paixão - não de dogmas, eles nunca foram meus aliados. Às vezes nem sei quem sou, eu nunca soube. Querem me metamorfosear! 
Me deixar sem ar! 
Me enquadrar! 
Querem que eu sinta o que ele sente. Como ele sente. 
Eu tenho o meu modo de ligar. Garanto! - mas não acreditam:
Que baita sorte de quem eu telefonar. Não calço meias quando estou no telefone.


sexta-feira, agosto 29

quinta-feira, agosto 7

sobre um breve dossiê



ler para viver
viver para crescer
crescer para ser
ser para ler

quarta-feira, julho 23

sobre um episódio fora de tempo e ordem




As peças do quebra-cabeça de papel machê foram desmanchadas pela garoa da madrugada desta terça-feira. Nada se encaixa. Não houve ligação. As sombras da escrivaninha exibem livros que nunca li e sei de cor. A rotina traz dias que já vivi, mas não sei o que pode acontecer em cinco minutos. Destruí e engoli os meus erros, não lembro. Deixei tocar o telefone. Pessoas cruzaram a minha sala de jantar e eu observei a folha que caía do pé de bananeira. Zumbidos, calafrios e tremores rondavam este espaço. Não atendi. Todos os caminhos me levam à Paris. A busca pela beleza é alimentada pela lembrança do que não fora. As estrelas são recarregadas com pitadas de sonhos - mesmo que mornos - de viver rodeada por rosas, boas palavras e saborosas bebidas. O desejo pela companhia de um bom amor é inevitável. Hesitei, mas liguei. Sentada na memorável poltrona das flores com um esplendido chá de camomila para acalmar os ânimos, me pus a planejar o destino, mais especificamente, escrever um destino. Com datas, endereços e muitas lacunas a serem preenchidas. Caixa postal. Sentar no Café de la Paix na França ou até mesmo no Café com Prosa na Epitácio Pessoa, e sentir um pouco da brisa praiana, só para saber o que está acontecendo com a vida, e quem sabe, entender o por quê das peças e ligações nunca existirem.

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Quem depois voltou
Ao amor, ao sorriso e à flor
Então tudo encontrou
E a própria dor
Revelou o caminho do amor
E a tristeza acabou


Esse Jobim ...





quarta-feira, julho 9

Sobre uma nota cotidiana

A gente percebe que a vida não vai bem quando um belo dia de sol lê-se um texto qualquer pelas páginas da internet, acha o máximo, se identifica, acha que o fizeram a dedo e a assinatura ao final é de uma moça chamada Tati Bernardi. Pois é, não está nada bem.

quarta-feira, julho 2

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A felicidade e a simplicidade devem andar de mãos atadas na mesma cidade.

terça-feira, julho 1

sobre o tempo

Às vezes a gente perde tempo
O tempo se perde da gente
E a gente acaba sem tempo
Perdido no tempo


Filosofia de botequim

quinta-feira, junho 26

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"Comigo 
a anatomia ficou louca. 
Sou todo coração." 

(Maiakovski)

terça-feira, junho 10

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Paralisada no futuro
Astronauta
Observa o presente
Não o sente, não o cria
Ele já não interessa mais

Não aquece, não resfria
Paira no ar
O café não senta na xícara
Nessa nova dimensão
Sou bicho, sou carne
Sou estagnação 
Mármore e porcelana
Compondo a mesma escultura

O futuro é o presente
E o presente é vão
Ilusão, desordem, 
Fragmentação
A cápsula está chegando
Não quero embarcar

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Uma hora ou outra né?
[botões de laranjeira]

segunda-feira, junho 9

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Nossos destinos são mutuamente interessantes
Um instante, alguns instantes
(...)

segunda-feira, junho 2

sobre o que pode acontecer


E a gente caminhando 
De mão dada 
de qualquer maneira 
Eu quero que esse momento 
Dure a vida inteira 
E além da vida 
 ♥ 

quinta-feira, maio 29

sobre uma confusão


E quando o sonho se confunde com a realidade? 


Um dia cinza, um café quente, casaco e no caminho para o tédio nosso de cada dia que é simultaneamente a teórica salvação nossa de cada vida. Olho pela janela e vejo um lugar onde não estou, mas eu já estive. Árvore, banco, amarelo, grama todos esses itens com um desfoque familiar - era como se fosse a minha casa. Volto o olhar para o motorista, ele não sabe que estou lá, nem eu sei se ele realmente está lá, ou para onde está indo. Olho pela janela, vejo um sorriso - que também me é familiar. Ele se repete com uma suave gargalhada, mas de onde vem? De quando é? Frases e risadas. É como se essa voz fosse minha paz. Desci e segui o ritmo habitual do cotidianear, voltei a mais dura realidade - onde não há o mistério da risada. Deito, durmo, dias seguem, dias voltam. 


A maré me leva e a onda me traz.


Acordo e estou no banco, na grama, no céu. Olho para o telhado cinza e eis que surge o sorriso, ele se manda  - e eu me mando atrás dele. Brincamos, corremos, cansamos. Deitamos na grama, olhamos para o céu - com os corações palpitantes - sentimos algo sob nossos pés: o mar. Nos perguntamos de onde que veio toda essa imensidão sob nossos pés? Nunca entenderemos. Eu não queria entender - eu tinha medo. Eu só queria aproveitar aquele sorriso, mesmo que fosse só hoje. Percebi que quando eu questionava o que estava acontecendo ela fugia, e eu poderia ficar a ver navios naquele imenso mar. De repente o pôr-do-sol chega, e ela me diz: escreva. Eu disse que não, precisava entender para escrever. Ela fez um sinal negativo com a cabeça, se levantou. Perguntei se ela voltaria. Seus passos já estavam distantes, ela mirou o primeiro olhar, sorriu e disse sim. 


O sino toca e me diz que é hora de voltar.



Levanto da rede e procuro por toda a casa
Não há vestígios dela
Vivo sonhando com a hora de sonhar 
e voltar à realidade.

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"Eu tão isósceles
Você ângulo
Hipóteses
Sobre o meu tesão

Teses sínteses
Antíteses
Vê bem onde pises
Pode ser meu coração."

Sobre uma mulher sem razão


Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Sobre devaneios.


E se
As chaves
Estivessem em mãos
Você teria coragem de abrir
O cadeado desta prisão - solidão?
Amores alimentados por chaves inexistentes
Códigos, símbolos, script sem nexo, segredos, mistério.

segunda-feira, maio 19

Sobre um aquecimento para o que virá

https://www.youtube.com/watch?v=4qp2Bmb-BO8&feature=youtube_gdata_player

segunda-feira, maio 5

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Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe
De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse
Eu não sei bem com certeza porque foi que um belo dia
Quem brincava de princesa acostumou na fantasia

(...)


Maios serão, maios virão.

sexta-feira, abril 11

Sobre cê

O sol das 12h, o coletivo lotado, o atraso na avaliação e tantos outros tijolos que constroem o cotidiano não são capazes de fazer com que o sorriso não brote. Quando a satisfação vira sinônimo de simplicidade a vida toma outro sabor. E eu estou o bebendo da melhor forma.

Ser não pode se remeter a outro verbo que não seja fazer, o que quiser como complemento preferencialmente.

O que nos move são os pés, pé de pensamento, pé de querer, pé de realidade. E esse pé que se ergue em direção frontal ao mesmo tempo resgata toda a essência perdida em uma vida remota, e eu sinto o aroma da paz aqui, caminhamos paralelamente.

Pensamentos de uma pré madrugada e uma rede azul.

terça-feira, abril 8

Sobre um recado para a eternidade


Todo dia
Vivo pensando em casar
Juntar as rimas como um pobre popular
Subir na vida com você em meu altar
Sigo tocando só para te cantar

(Bonde do Dom - Marisa Monte)

quarta-feira, abril 2

Sobre um companheiro cor de laranja


Acordo pela manhã e ele já vem me dizendo o que eu quero ouvir. Sussurra bem devagarinho, meu desjejum. Pão e café. Queijo branco e biscoito. Ele é mais. Me aconselha a fitar e deitar - eu o faço. Me desmancha quando fala que o que eu sou ainda vai me levar além - eu derreto. Quando estou no trabalho penso no que me diria. E quando chego em casa, desamparada e cansada, ele se deita paulatinamente em minhas mãos, olha o anel que brilha em meu dedo, me poe pra dormir dizendo:


"O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase."


Boa noite, Leminski. 

segunda-feira, março 10

Coração não é tão simples quanto pensa.

quinta-feira, março 6

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Veja toda sexta-feira
Quando a preta vai pra feira
Descendo a ladeira
Que dengo que tem
Nos seus zerenguendens


Ah! Lindeza que não cabe!!

sábado, março 1


O carnaval com confete, lantejoula e amor começou.

sexta-feira, fevereiro 28

sobre cantores apaixonantes



Todas as cores na palavra do poeta
Claras palavras na boca de quem canta
Doce palavras na ponta da caneta
Boas palavras na boca de quem encanta.
Viscardi

sexta-feira, janeiro 31

sobre quando eu cansei


Vi quando o mar se abriu
Deixando passar todo o meu sentimento
Até na chuva e no vento
Vi a luz da poesia.
(...)

É hoje ! *-*

quinta-feira, janeiro 30

sobre o pre destino

Pimenta. Trevo. Ferradura. Fechadura. Sal. Açúcar. Vai te benzer, menina! Palavras polidas e corriqueiras. Correm, atravessam a rua, acenam. Eu fujo. Voltam, me chamam e eu danço. Como quem nunca deu um passo dessa melodia. Mas ela envolve, poe laço nos olhos. E eu danço, tropeço, caio e por fim, levanto. Como sempre foi - será. Enquanto isso eu canto, lamento, brinco com as palavras. Elas sempre decifram o que se passa - ou quase sempre. As vezes não saem de mim, vem do cotidiano e das fotografias. Calo-me e observo. E eu não me atrevo a colocar as mãos no pote de açúcar. Não incomodo formigas. Na verdade, não incomodo ninguém.


Eu não volto atrás. E não sigo adiante.

sobre dizer que o fiz sem ter feito.


(...)

Eu estou na cidade, eu estou na favela
Eu estou por aí
Sempre pensando nela

segunda-feira, janeiro 20