domingo, fevereiro 21

sobre deixar ir.

Quem me conhece sabe, sou um pouquinho cabeça dura, resistente a mudanças, teimosa. Gosto de extrair das coisas até a última gota de possibilidade. Não acho que isso seja sempre bom, pelo contrário, percebo que em muitas situações, o mais acertado seria deixar ir, da mesma forma como deixo pra lá as coisas que não uso mais. É tão fácil me livrar das coisas, é simples, se não uso, não toco, não preciso por pelo menos um ano, não é mais meu.

Mas com meus sentimentos, com as "minhas" pessoas não sou assim. Ainda bem, porque volubilidade com sentimentos me incomoda. Em relação aos meus objetivos, também persisto, tento até não dar mais mesmo, tento até sofrer, e por isso sofro mais. Odeio olhar pra trás e pensar que não dei tudo de mim. Coisa de gente obsessiva isso de ter que ficar reparando, de ter que ficar conferindo se fez tudo certo.

E aí, eu fico com aquela sensação de quem tem um cachorro que precisa ser sacrificado. Você sabe que ele vai sofrer se continuar vivo, mas você ama tanto ele vivo ao seu lado que resiste. Só que é preciso alguém que ame mais a ideia do cachorro sem sofrimento. É bom compreender que o melhor é ter a ideia dele vivo e bem. Essa ideia não morre nunca. E muito tempo depois, você é capaz de falar dele com amor. Sem culpas, sem reparações, sem arrependimentos. É, tenho que confessar que é sempre tão dificil... =~

sobre a tal incerteza.

Semanas atras assisti a um musical que poxa vida! Não tenho palavras pra descrever o quanto refleti com o mesmo. Fiquei pensando sobre as incertezas, a dificuldade que diferentes possibilidades de escolhas nos colocam. "Quais são seus planos agora?", é uma das perguntas mais difíceis de serem respondidas e quando você não tem esta resposta, seja porque não encontrou o seu caminho ou porque a sua vida está acontecendo lá fora enquanto você faz os planos mais mirabolantes, a sensação é de mal estar. Eu deveria saber quais os planos? Nem sempre, desde que eu saiba qual o meu objetivo. Quando você tem objetivos, dos mais simples aos mais complexos, é preciso percorrer um caminho. Tudo o que a gente precisa para ir atrás dos nossos objetivos é persistência, com certeza. Mas também há as pessoas que nos acompanham e apóiam. O problema é que sem os objetivos os outros desistem da gente, eles se cansam.

É muito triste ser aquele usado para tapar buracos do outro. É muito triste ser aquele que precisa dos seus buracos tapados usando o outro. Todo mundo precisa tapar seus buracos, não posso me esquecer disso, é justamente por isso, que os objetivos foram feitos e que sempre que um sonho é realizado, que um objetivo é cumprido, a sensação de alívio não dura uma eternidade, mas só o suficiente para admirarmos a nossa capacidade de conseguir. Quando isso termina, outro buraco se abre, e precisamos de mais. Ter objetivos faz com que a vida aconteça. Mas a gente pode estar muito ocupado fazendo os tais planos mirabolantes. As oportunidades escapam. É preciso ir atrás da vida.