terça-feira, novembro 19

Deixa pra lá...

https://www.youtube.com/watch?v=dD6MedpQykI&feature=youtube_gdata_player

quarta-feira, novembro 13

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(Suspiros)

sobre chicordear.

"Se eu só lhe fizesse o bem
Talvez fosse um vício a mais"

terça-feira, novembro 5

sobre ser um Poema Drummondiano

Um site que encontrei por ai, enquanto navegava por tarde à dentro (fingindo que não tenho nada para fazer). Meu resultado foi esse:
E o link é esse: Sobre ser Poema Drummondiano
 
Você é o poema ''Sentimento do Mundo''
Você é revolucionário. Você é crítico, busca oportunidades de mudança. Inquieto, não tolera injustiças sociais. Guerras, mortes, armas, brigas. Tudo isso te assusta. Mas se entra em um embate ideológico, sai de perto!


SENTIMENTO DO MUNDO
Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo, 
mas estou cheio escravos, 
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige 
na confluência do amor.

Quando me levantar, o céu 
estará morto e saqueado, 
eu mesmo estarei morto, 
morto meu desejo, morto 
o pântano sem acordes.

Os camaradas não disseram 
que havia uma guerra 
e era necessário 
trazer fogo e alimento. 
Sinto-me disperso, 
anterior a fronteiras, 
humildemente vos peço 
que me perdoeis.

Quando os corpos passarem, 
eu ficarei sozinho 
desfiando a recordação 
do sineiro, da viúva e do microcopista 
que habitavam a barraca 
e não foram encontrados 
ao amanhecer

esse amanhecer 
mais noite que a noite.

segunda-feira, novembro 4

sobre hibiscus brancos

Era o fim do poço. Uma manhã azul. Sentia-me mal, vazia e sentada no banco amarelo em frente à piscina. Procrastinando. E meus olhos que nada captam, brilharam intensamente. Sorriu-me com ironia. Fitei. Desviou. Fixei. Passou a mão paulatinamente em seus cabelos. Saiu. Guardei no pensamento. Reparei no pé de Hibiscu amarelo que estava por trás de mim. Sorriu para mim. Liberou todo o seu pólen em mim, como se desejasse toda sorte do mundo. O sol e o céu também. Os dias seguiram. Não sei muito bem o que me aconteceu, estava ébria. Quando acordei não sabia onde estava. Mas sabia com quem estava. O samba me acompanhou em todas as noites estreladas que passaram. Dias de felicidade e noites de angustia.

Era o fim do mundo todo o fim de semana. Interrogações e medos me perseguiam como se quisessem roubar tudo que trago na bolsa. Desvairada eu corria e me escondia. Não sei qual o meu limite, nunca soube. O que me faz parar. Nada me pára. Eu não me paro. Caminho no sobressalto, movida a samba e batuque. Agora eu conto o tempo até a próxima primavera, para que mais pólen me envolva. Eu não podia dizer não, quando partiu para a próxima guerra eu só observei. Cozinhei, costurei, remendei. Me inspirei, tomei café, escrevi. Sonhei acordada, balancei na rede, pensei no essencial. Amei. Descobri o melhor lado. Mas não o escolhi. Segui a vida como era, como me disseram que tinha de ser. Ver a vida com outro aroma foi o real intuito de tudo que aconteceu. Hoje bebo coragem em goles grandes como nunca tomei. O hibiscu que era encarnado, está desbotado. Me despeço dessa estória. E a única coisa que fica, é o adeus.