terça-feira, agosto 18

sobre o baque de agosto

O tempo correu, e eu como de costume não o vi passar. Mas agosto é um daqueles meses que me dá um baque para a vida, onde tudo ou nada podem acontecer. Extremista como quem aqui escreve. Esse ano aconteceu. 

Os últimos três meses eu estava vivendo em um modo automático, com as engrenagens enferrujadas - diga-se de passagem. Aquele camarão da música do Zeca Pagodinho era eu. Ia para onde a maré me conduzisse. Minha sanidade está voltando aos poucos. Me sinto saindo do casulo. Cada dia finco um pouco mais a raiz nesse solo que, como gosta de lembrar meu chefe: "De porcelanato puro. Altamente resistente". Mas ora, quem quer saber onde é que se pisa? Ao menos que estejamos no setor de construções. Ou talvez ele queira mostrar a todos o quão é difícil criar raiz neste solo, e que se conseguir você está pronto para florir. Não há ventania que te leve. 

Enraizar não é facil em tempos como esse, onde em todos os lugares há pessoas querendo colher. E sabemos, as melhores rosas não têm como escapar. 

Pois até quem já possui um buquê inteiro se encanta com a simplicidade de uma rosa firmemente enraizada.