terça-feira, março 5

sobre silabadas soltas


É tão incoerente pensar em um ser humano que, com o poder das palavras que vêm de fora, pode transformar a vida, mudar escolhas e ser mais (ou menos) feliz. Como se a gente fosse feito de sílabas, como se dependêssemos de cada junção dessas miúdas 

Ora formam algo aleatório, ora machucam. O poder do detalhe sempre é mais sólido que o poder da prosa mesclada.
 Meu principio sempre foi assim: detalhado. Desde miúda eu me encantava com as pessoas e com as histórias que elas explanavam. Acho que por isso eu gostava tanto de ouvir conversa de gente grande. Por isso ler se tornou a forma mais bonita que encontrei de me afastar das turbulências do cotidiano. Nada contra nada, mas às vezes, dê uma fugida, faz bem. Ouvir tantos barulhos, os de dentro. Sair correndo sobre uma história que nunca vi, fugir do familiar, do amigável, do (des)conhecido. Mesmo que não agrade ouvir, ler, vivenciar certas sílabas, é valido ter incorporado. Pois quando eu peço a conta, percebo que tudo é soma, e o valor é alto.

Um turbilhão de divisões, somos cada traço da divisão silábica. Para alguns fica impossível se deparar com isso. Para outros, a cada vez que essa divisão se apresenta, a sensação é de confirmação de uma certeza (que nos cerca de forma surpreendente): não é que partes de mim funcionam mesmo independente do meu olhar?!

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