sábado, abril 17

Sobre tempestades.

Eu penso que há situações que são alheias à nossa própria vontade e contra essas danadas é inutil lutar, tirar a roupa, pisar em cima e chorar como uma criança barriguda. Não resolve!

Explosões são bonitas porque no transtorno e barulho que fazem nos motivam a pensar. Pensar sobre o que pode ser feito, e sobre o que não está a nosso alcance e por isso merece nossa contemplação e espera. E bem sei que esperar é difícil.

O mais engraçado, e isso me faz pensar que talvez eu seja contemplativa demais e que isso me faça muitas vezes me concentrar nas minhas tragédias pessoais, é que pensei em tudo isso por causa de um trovão comprido demais. Eu digo sobre o dia em que acordei assustada por ter ouvido o trovão mais longo da minha (longa) vida.

O coração acelerou e senti um medo tremendo, que nunca havia sentido por nada do tipo. Nessas situações sortudo é quem pode alcançar a mão de alguém que está proximo e dizer que está com medo e, nesse gesto tão simples, ser abraçada e ouvir que você está assustado porque o trovão foi forte mesmo, mas que já passou, você pode voltar a dormir.

Muitos colapsos pessoais são trovões fortes demais. Fazem barulho na tempestade e a tornam mais tensas. É bom poder estender a mão e ser abraçada. Mas é importante poder fazer isso por si mesmo, levantar, verificar se as janelas estão fechadas, pegar mais um cobertor e esperar o pior da tormenta passar. Isso é ser mãe de si mesmo e a gente precisa fazer quando a mão ao lado não pode nos alcançar.

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